Finanças e Investimentos para Empresas

Empreendedorismo

Finanças e Investimentos para Empresas

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Victor Pacheco

|

20/03/2023

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8 min de leitura

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Com o objetivo de aumentar o seu investimento financeiro e gerar mais lucro, é muito comum empresas de vários segmentos aplicarem o dinheiro em outras fontes de renda. Investir em formas seguras pode ajudar uma empresa a movimentar o seu caixa e lucrar muito mais no balanço final.

Porém, para fazer isso não é uma tarefa tão fácil. Além de entender do assunto, é preciso ter em mãos uma série de documentos fundamentais para o processo. Neste artigo, vamos falar tudo o que você precisa para fazer um investimento como pessoa jurídica.

Qual é a documentação necessária?

Investir como Pessoa Jurídica não é tão simples como investir como Pessoa Física. Você precisa de alguns documentos que são exigidos pela corretora, como:

  • Demonstração do Resultado do Exercício;
  • Balanço Patrimonial;
  • Faturamento do último ano;
  • Alterações contratuais recentes.

Imagine que você tem uma empresa de terraplanagem em São Paulo, você precisa apresentar vários documentos que comprovem que você está autorizado a fazer os investimentos.

Como funcionam os investimentos para empresas?

Investimentos para empresas são semelhantes ao das aplicações financeiras para pessoas físicas, porém com algumas distinções na tributação e no acesso a determinados produtos. Se você já investiu com seu CPF, compreende a dinâmica básica do mercado financeiro: o investidor aporta dinheiro e obtém uma rentabilidade em juros ou ganhos de capital.

E não existe uma diferença entre negócios. Por exemplo: um bom investimento serve tanto para uma empresa de geradores de energia a diesel de grande porte quanto para uma empresa menor. Assim como o indivíduo, a empresa também pode investir em títulos públicos e privados, ações e fundos de investimento, entre outros.

Nesse caso, o empresário utiliza o capital de giro ou a reserva financeira do negócio por meio do CNPJ, ou seja, abrindo uma conta em uma corretora de valores em nome da empresa. Isso permite ao empresário, seja ele um microempreendedor ou um prestador de serviços de reformas e construções, criar uma reserva de emergência, aumentar a segurança e alcançar objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo. O intuito é fazer com que o dinheiro disponível renda, em vez de permanecer estagnado na conta da empresa.

Vantagens de investir como Pessoa Jurídica

Existem diversas vantagens dos investimentos como Pessoa Jurídica. Separamos algumas das principais e que vão atrair desde um dono de corretora de seguros, até um dono de uma empresa de cabeamento de rede.

Movimente o capital da sua empresa

Quando o capital da empresa fica apenas em uma conta bancária ou em outras formas de reserva, ele não gera rendimentos. Ou seja, o dinheiro fica inativo quando poderia gerar lucros indiretos para a empresa. Investir o dinheiro reservado em opções seguras e adequadas para empresas pode trazer a segurança necessária para movimentar esse capital com mais tranquilidade. 

Assim, o empreendedor poderá ter confiança e garantias ao investir, fazendo com que o dinheiro deixe de ficar parado e comece a gerar rendimentos para a conta da empresa.

Futuros projetos

Os investimentos podem ser muito importantes para projetos futuros. Imagine que você queira aumentar o tamanho da sua empresa que vende arames farpados. Investir em um galpão novo, escritório mais confortável ou uma equipe maior. Você pode usar os investimentos como um potencializador da renda que vai proporcionar a realização dos projetos.

Segurança

Manter o caixa da empresa seguro é uma das prioridades dos empreendedores. E nada melhor do que manter esses valores em uma aplicação segura. Ter uma reserva financeira da empresa é fundamental para passar por momentos de crise sem ter que tomar medidas drásticas dentro da empresa, como cortes de ferramentas ou demissões.

Tenha em mente que manter os valores em uma aplicação segura só vai trazer vantagens para o financeiro da sua empresa.

Cuidados ao investir como PJ

Antes de realizar investimentos como pessoa jurídica, é fundamental conhecer as regras dos produtos financeiros e compreender o seu perfil de investidor, assim como ocorre com a pessoa física. 

É possível que a empresa tenha um perfil mais conservador, moderado ou arrojado, de acordo com sua tolerância ao risco e expectativas de retorno. Apesar de terem produtos semelhantes, cada empresa tem um perfil diferente de investimentos. Uma empresa de gestão patrimonial, dificilmente tem o mesmo perfil que uma empresa que trabalha com revestimento epoxi.

Quando se trata de investir, é crucial avaliar os três critérios que formam a análise de investimentos: rentabilidade, liquidez e risco. A rentabilidade é a taxa de retorno oferecida ou o potencial de rendimento da aplicação. 

A liquidez é a facilidade com que o ativo pode ser convertido em dinheiro sem gerar perdas, caso necessário. E o risco é a probabilidade de que o retorno não corresponda ao esperado. Além disso, é importante que a empresa esteja ciente dos riscos relacionados a ganhos elevados na bolsa de valores. 

Se a empresa obter grandes lucros com ações, por exemplo, pode ocorrer confusão entre os ganhos do mercado financeiro e a atividade principal do negócio, o que pode resultar em problemas com o Fisco.

Para começar, é recomendável que a empresa invista em produtos de renda fixa, que oferecem baixo risco, diversas opções de rentabilidade e ainda recolhem os impostos diretamente na fonte (para empresas optantes pelo Simples Nacional).

4 tipos de investimentos para empresas

Apesar de existirem diversos tipos de investimentos para empresas, separamos os mais populares e que cumprem bem o objetivo.

1 – CDB

Você já deve conhecer o CDB, que é a aplicação de renda fixa mais utilizada pelas pessoas. O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um tipo de investimento de renda fixa com as mesmas normas aplicáveis tanto a pessoas físicas quanto jurídicas.

Trata-se de um título de dívida emitido por instituições bancárias que pode ter rentabilidade prefixada ou pós-fixada (normalmente vinculada ao CDI).

Em relação à tributação, são aplicadas alíquotas de IR que variam entre 22,5% e 15% sobre os ganhos, de acordo com o prazo de investimento (além do IOF, se o dinheiro for resgatado antes de 30 dias).

2 – LCI e LCA

Outras opções disponíveis para as empresas são a LCI e a LCA. As Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA) também são opções de investimento para empresas.

Esses títulos de renda fixa possuem prazos mais extensos do que os CDBs e, em alguns casos, oferecem rentabilidade mais vantajosa.

Entretanto, as pessoas jurídicas não dispõem da isenção de IR concedida às pessoas físicas e estão sujeitas às mesmas regras tributárias aplicáveis aos demais títulos (com alíquotas regressivas de acordo com o período de investimento).

3 – Fundos de Investimentos

No mercado financeiro, a maior parte dos fundos de investimento pode ser acessado por empresas. Esses fundos são estruturados como condomínios de investidores, em que cada participante adquire uma cota e tem direito aos rendimentos gerados pela aplicação conjunta.

Assim como em outros tipos de investimentos destinados às empresas, a isenção de Imposto de Renda não é aplicável, com exceção dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e fundos de debêntures incentivadas.

4 – Ações

Assim como uma pessoa física, as empresas também podem comprar ações e participar da Bolsa de Valores. No entanto, é importante ressaltar que esses investimentos possuem rentabilidade variável e, consequentemente, um risco mais elevado. Por outro lado, eles podem ser uma fonte de recursos para financiar grandes projetos.

Durante o processo de cadastro com a corretora, será necessário definir qual sócio da empresa será responsável por emitir as ordens de compra e venda. 

O cadastro é o mesmo para uma pequena empresa de montagem de painel elétrico industrial e para uma multinacional. Caso haja necessidade de mudança, os gestores precisarão providenciar uma procuração junto à corretora.

Quais as diferenças entre um investimento para PF e PJ?

Como são produtos personalizados, existem diferenças entre o investidor Pessoa Física e o Pessoa Jurídica. Por exemplo, a categoria de investidor comum possui mais opções e variedades do que os investidores PJ, embora esses últimos também tenham boas opções. 

Um exemplo é que os títulos públicos do Tesouro Direto estão disponíveis apenas para investidores PF. Além disso, os investimentos para PJ podem ser mais burocráticos, devido a operações como abertura de conta, transferência de recursos e conclusão de transações.

Essas questões podem fazer com que nem todos os ativos fiquem disponíveis para empresas, devido à falta de acessibilidade e maior complexidade na hora de investir.

Você deve avaliar com a sua corretora quais são os produtos que o seu negócio precisa e confirmar se eles estão disponíveis. Por exemplo, se você é dono de uma empresa que oferece porta PVC preço, deve conhecer os produtos que melhor se encaixam nas suas necessidades.

Conclusão

Os investimentos para Pessoas Jurídicas são uma alternativa muito eficaz e vantajosa para empresas que querem aumentar os lucros e o seu patrimônio sem se expor a muitos riscos. Vale a pena conhecer cada tipo de produto e buscar opiniões de uma boa corretora de investimentos.

Apesar de ser visto como um mercado restrito, o setor de investimentos oferece diversas opções práticas e acessíveis para diversificar a renda e rentabilizar o capital de uma empresa. Por esse motivo, é essencial pesquisar mais sobre investimentos para PJ, não apenas para aplicar recursos com segurança e tranquilidade, mas também para mudar a percepção comum e atrair novos públicos empresariais para o segmento. Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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